Enquanto os pés semi-tocam sonho
Enquanto as mãos semi-sentem nuvem
Tempo é quem não me espera.
Agouro de mim pra mim.
E quase que te enxergo dentro
E quase que te sinto dentro
E semi-posso entrar.
Semi porque não toco sonho
Semi porque não sinto nuvem
Quase porque tento tanto...
E o que era logro
É hoje jogo (que sempre perco)
E o que era escambo
É hoje assalto (que sempre sofro)
Plenos pulmões grito – espera!
E desde 80 quando mal comecei, esse tempo descortês só me apetece
E me tira o pouco que a custo juntei pedaço por pedaço
E as peripécias da velhice me roubam cada estilhaço de ignorância que guardava pra perder por hoje, mas aos 15 já não a tinha mais...
E agonizo nos verbetes
Perversos que me enganam
Fingem pra mim que sou livre por escrever,
Que sou forte por agüentar.
Falsa farsa
Fel enganador
Que tomo aos goles todo dia pra acordar e ver longe o tal sonho
Nuvem
Amor
Ah e este último merece a linha inteira
Até essa aqui também.
E essa. esmorece a paciência da mais alta divindade
A gente aguarda, ouve, chora e doa.
Aí é promovido. Vira amigo.
Inferno.
Amigo o raio que o parta.
E a porcaria do tempo escoa.
Duas dezenas.
Duas décadas.
Espero feito areia
Aquela inerte esperando o sal da água verde do oceano lhe gracejar a vida
E o desatino de molhar o amor pra ver crescer é que me corto e ponho sal pra arder.
Talvez eu seja areia ferida e o mar salgado bule comigo
E me escapa o ar lamurioso, bem grito mesmo.
Sal na ferida.
Tempo é quem não me espera
E achava ruim. Mesmo. Aí vomito o pior.
Tempo é quem vai apagar cada firula que te fiz,
E cada acréscimo que te dei
E cada verso que te escrevo
E cada “eu” que te doei.
Aí não toco sonho nenhum
E a merda da nuvem
A queda não me amortece.
O olho é que se enternece
Vendo o que me fiz até aqui.
Vendo o que fiz. o que. que. nada.
Aí digo “semi-toco sonho”
Pra fingir que “semi” me faz perto de tocá-lo.
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Um comentário:
mininaaaaaa
amei essa sérião , vc tá cada dia melhor !!
t amo linda
bjokassssss
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