Depois de "mal bom", sucesso laboratorial, hei de alertar o leitor amigo a respeito da enfermidade oxidante que despluma, despolpa, desnuda, destudo.
este entretanto, tomo como estudo de caso em depoimento particular.
acompanhe:
- até parece que o copéde por quem tomei amor não é quimera sibilante de momento...
sei que é. é que esqueço...
é fábula, historieta.
o duro é que é gangrena tal qual fosse real.
queria que fosse.
sabe-se que na inocação (repare no nome de doença. típico) deve haver o mancebo que provoque os primeiros sinais do padecer.
vem afinidade em intelecto.
música, livro, som. aí então é movediço.
as mariposas dançam acima da bexiga ou nela mesmo.
os olhos tomam forma inflamável. corpo vira ar e a vida que antes era boa fica vazia e depois boa de novo.
e a quem atribui-se o novo preenchimento? mancebo.
até aí é comedido e classificado "amizade boa", "quase irmandade".
então não há melhor momento que aquele em que se observa, ouve, absorve as palavras saídas do meliante (e derivados) e o incontido impulso de ouvi-lo, observa-lo e privilegia-lo com o que eu tenho de melhor.
compartilhar o que eu guardaria apenas pro meu próprio deleite.
alcançada tal edema, não há retorno.
o lúgubre do mal se deu.
lamente ter alimentado a quimera e te-la feito crescer.
é tarde.
e que fique claro: se fosse recíproco ainda, nem mal seria...
mas é efêmero, nocivo, insópito.
problema é vê-lo eterno e inócuo.
não é.
se deve haver qualidade a ser citada é o altruísmo que embala o caminho do matadouro.
enamourou-se então....?
sinto muito e alerto. ele é melindroso.
engoda a alma.
engoda até engodo.
e hoje, além de mal bom, adquiro também o que chamamos de "quimera do outro".
o que se desenvolve no conviver, cuidar, querer e escutar.
a casualidade não mais satisfaz e a gente quer hora e lugar.
diagnosticar é simples.
é recíproco? ora! realmente encontraste, meu jovem, seu outro você perdido nos perdizes.
agora, se as mariposas só tem pista de dança na SUA bexiga, lhe digo boquejando: já prescrevo terapia.
a catástrofe é ser imperceptível a princípio, inevitável em seu desenrolar e no fim, irreversível.
é como dizem... pra morrer, basta estar, estar... hun. estar... enamorado por mancebo perdiz.
lamento.
morrer de mal bom é honradez.
morrer de quimera é definhar até não haver mais água a expelir pelos olhos.
e a antífrase de tudo é que eu realmente não voltaria. alimento quimera gorda feito angorá.
como diziam sábios bibliofônicos, "não se turbe o vosso coração".
antídoto existe.
tornar recíproco
tornar câmbio
tornar permuta.
então vem a cura e a "quimera do outro" vira "ombro pra sempre".
e o mancebo passa a ser o perdiz perdido. passa a ser seu outro você que te tem e pronto.
um pouco de repouso e logo vem a alta definitiva.
caso contrário,
morte é certa.
ah, dualidade maniqueísta...
alta/funeral
bem. consulte seu médico periodicamente
faça exame preventivo de quando em quando
nunca se sabe.
eu? pereço feliz até que o faça tomar amor em mim.
de outra feita, meu lamento é mesmo por quem não padece.
até hoje lembram dos judeus, não lembram?
pois bem.
padeço então não para que me recordem como ao holocausto mas para que desfrute de cada pedaço de entremente de vida.
ainda que seja doença, mentira, biltre, blefe.
antes definhar de experimento que morrer de tédio.
e tenho dito.
espero que me tome amor.
explanada sintomática por completo, fica o alerta. prevenir? ah, não vale. exponha-se. depois damos jeito.
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