senta aqui
eu conto o segredo
conto do medo que eu guardo em telúrio
faz tempo que guardo e garanto segredo
que tange o friável do bobo do medo
que nem medo é, já virou cautela
por causa do tempo, esse bobo
convence a gente de tudo
que amor é ternura
que dor é baléla
que abraço é dispensa
que beijo é carinho
tempo engana gente
amor é grande, gordo e faminto que se molha e vê crescer
dor, sofrer bonito que se sangra, que se estanca.
bênção é sorte mentira. é porte de arma. é poder.
beijo é amor em dose aleopádica
hein, senta aqui
eu conto segredo
antes de tempo nem tinha medo
me disse "pondera"
me disse "espera"
aí caí
agora,
amor parece ternura (mais ainda é bem amor daquele)
foi-se a ventura
que teria eu vivido
não fosse o tempo
me ter feito esquecido
ímpeto, chamei de infância
tal amor chamei de ternura
dor fiz amiga
culpa é verdade
e a rima demodé
esqueci que era segredo.
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