20080117

Enquantou tou parindo os 'freakstyle' ainda estamos em pausa pra contos.


Dia desses topei com uma espécie de Victor Hugo moderninho e achei de bom tom compartilhar uns tesouros literários. Ia colocar minhas críticas e um monte de blá blá blá mas um texto de surto precisa ser lido no surto mesmo.

Foi assim: Ferreira Gullar teve um filhote com o Dalton Trevisan e o moleque comeu a Lygia Fagundes Telles e daí veio o autor do texto, o dramaturgo mais cineasta de que já se teve notícia. É um Victor Hugo rasgando os bastidores das trevas em que se sepultam os homens.

dou só um pedacinho agora dum que gosto por causa dos elementos e que me causa inveja por não ter as minhas embolações de orações.





O vencedor da guerra.



Sou um safado. Morto, vivo, safado. Mas todos ao meu redor gostam disso; gostam da guerra é isso que querem. São muito burros, sabe? Não manjam do que falo. Boto minha mão no fogo se não vai ter neguinho que vai se complicar no que vou falar.
A guerra é constante, eterna. A 1ª Grande Guerra, a Segunda são uma tapeação. Guerras mundiais temos todos os dias. Numa discussão, no amor, olhares, até em brincadeiras. Podem me chamar de idiota, mas prezo pelo mais esperto. A raposa nunca passou fome. Trapaceou. Ora, contra as regras? Que regras? De Deus? Que Deus? Desde que isso foi construído a merda está feita, não existem anjos ou santos, os demônios estão soltos. Até diria eu que nem demônios, diria: nós que estamos soltos e sempre estivemos. A moral traz a ordem? Ou camufla a guerra? A guerra sangrenta que nos ocorre desde que nascemos ao mundo. Sangramos por dentro e assim dissemos: É a vida! Corretíssimo! É a vida. A vida é uma guerra e eu tenho que ganhar, sozinho, pois ninguém vive a mesma vida.
E matar? O que posso dizer desta tática de guerra tão cruel. Cruel para os olhos daqueles que querem que seja cruel e poder ganhar o grande jogo, a Grande Guerra. Uns, tolos, fazem o que mandam. São os "certos", eu diria: "perdedores". Vão ao trabalho perder mais uma batalha para aquele de posto superior, mas saem felizes para a casa aos braços da família. Foram enganados com a suposta vitória. Porém, cada dia a derrota é mais vergonhosa. Matar nem pensar podem perder a vida, a família e tudo ao redor, a paz de ser livre. Livre da consciência da guerra. Isso sim! E eu postulo! A realidade incognoscível é a realidade da guerra humana eterna. A linguagem nos deturpa, a práxis nos corrompe a acreditar na maravilhosa vida cheia de prazeres. É mais uma tática daqueles que querem vencer e ganhar a sua medalha. E quem nos condecora? Nós mesmos, os vencedores. Os perdedores sorriem e agradecem por viverem em paz e felizes. Não sabem eles que perderam! Perderam a guerra!
E Você deve estar se perguntando: e quem ganha? Quem ganha? Ha, Ha, sinto lhe dizer que ainda não houve ganhador.




por Rob Ashtoffen

Um comentário:

Anônimo disse...

Amo entrar aqui na madrugada pra ficar lendo.. teu blog é muito bom! =]